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O Brincar

Uma característica importante, da criança pequena, é a de brincar. E o brincar criativo é a atividade central na vida das crianças saudáveis.

Poderíamos dizer que é uma das linguagens mais genuína que ela tem de se manifestar. A criança brinca de forma individual mostrando a suas caraterísticas particulares e únicas, seu aspecto psíquico, relacional, assim como também as experiências das que participa no mundo que a rodeia.


Vemos, no entanto, que esse brincar criativo está em declínio; muitas vezes ouvimos:


A criança não brinca sozinha.

A criança, para brincar, solicita constantemente o apoio do adulto.

Não tem ideias, falta-lhe criatividade.

O tempo de brincar dura muito pouco.

A criança brinca só no celular o no tablet.


O que está acontecendo no processo criativo e espontâneo do brincar da criança?

De outro ângulo as crianças, em muitas ocasiões, experimentam o que não lhes é permitido, com as nossas prováveis reações:

Cuidado que você vai cair! Não mexa nisso! Você vai se machucar! Não faça isso, vai se sujar! Você viu...eu lhe falei! Não pise no charco! E outras...



Então, talvez possamos nos perguntar:

Como estas situações influenciam no brincar espontâneo?

Como fica na criança o desejo de descobrir, por exemplo, as riquezas da natureza, da vivencia que pode dar a água, a terra, a lama, a areia, o piso escorregadio, o subir em um lugar mais alto, o equilibrar-se em um terreno irregular?

Como ela se vivencia e relaciona consigo mesma, para descobrir e desenvolver as suas possibilidades e sua própria base de autoconfiança?

Como estabelece as relações com o meio ambiente, natureza, com as outras crianças e adultos?


Tem se comprovado, com investigações e estudos, a união que existe entre o brincar criativo e o desenvolvimento da linguagem, assim como com o desenvol


vimento físico, social e cognitivo.

Sara Smilansky, que foi pesquisadora em educação e docente na universidade de Tel Aviv, demostra que as crianças que tiveram mais capacidade para o brincar sócio- imaginativo também demostram ter mais imaginação, menos agressividade, e maior habilidade na utilização da linguagem para comunicar-se e compreender os outros.


Assim também existem estudos que mostram que as crianças de ensino fundamental, que tiveram um pré-escolar orientado para o brincar criativo, ultrapassaram o desenvolvimento social, físico e emocional de outros alunos, da mesma faixa etária e nível acadêmico, que não tiveram esta oportunidade.


Para o Dr. Stuart Brown, psiquiatra, fundador do “National Institute for Play”, que estudou também o brincar e a capacidade criativa dos adultos que tiveram esta oportunidade, quando crianças, concluiu que é necessário ter brincado de forma variada e saudável na primeira infância para que se desenvolva empatia, altruísmo social e tudo um leque de comportamentos sociais que possibilitem ao individuo a controlar o estrese. Acrescenta que o brincar é o catalizador no processo de aprendizagem, além de fomentar a criatividade.


Com isto podemos afirmar a importância do cuidado com a qualidade do brincar, de oferecer, á criança, um ambiente adequado, tanto no sentido dos materiais, moveis, ambiente social, como do trabalho do adulto, que é inspirador do brincar variado e cheio de fantasia e imaginação; também o ambiente social que cada grupo pode oferecer e a qualidade interior de cada adulto que faz parte daquilo que a criança acolhe, em si, das qualidades de cada pessoa que a rodeia.

Tudo isto vai ao encontro do desenvolvimento integral saudável, cultiva o cuidado com a infância, assim como e a disposição de desenvolver uma diversidade de atitudes positivas e a base para um pensar divergente, dinâmico, aberto e criativo.

Temos falado da estreita relação da capacidade de brincar e o desenvolvimento físico,

emociona, social e intelectual.


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